O Começo é Sempre o Escuro
“O Começo é Sempre o Escuro” trata-se de uma pesquisa autoral sobre as possibilidades de fazer da representação fotográfica um exercício de imaginação onde o mundo se transforma em algo inesperado.
A iluminação pontual, que é a chave desta série, transforma cenas banais do cotidiano em algo extraordinário. Surge a partir dessa estratégia um universo particular com grande densidade dramática. Inspirado na estética de alguns clássicos dos filmes dos gêneros romance policial, filme de terror “B” e o thriller de suspense. Sua atmosfera asfixiante remete a uma perseguição que no entanto não revela perseguido e nem perseguidor, mas apenas as cenas vistas como num flash de quem foge desesperadamente de algo. Os personagens vagueiam e se deparam com situações inusitadas, rotas de fuga, monstros e criaturas.
O ensaio nos dá o tempo todo a idéia de que algo está para acontecer, porém, não há uma conclusão efetiva. Dessa forma as imagens metaforicamente falam dos medos, das apreensões de cada um e do deslocamento veloz das pessoas no meio urbano. Deixa o espectador em uma tensão que cresce quadro a quadro, sem no entanto oferecer um desfecho claro. A narrativa fragmentada leva a imaginação de cada um a fazer as conexões que dão sentido a esses hiatos. Cada espectador, portanto, é levado a imaginar a história que encobre as cenas de suspense.
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The Beginning is Always Dark
The Beginning is Always Dark is a work about the possibilities of turning the photographic representation into an exercise for the imagination, where the world transforms itself into something unexpected.
The focused lightning, which is the key element of this work, transforms random everyday scenes into something extraordinary. A particular universe, with deep dramatic intensity emerges from this strategy. The images are inspired on the aesthetics of some B side terror, suspense and romantic classic movies.
On this series the images behave almost like a suspense thriller. Its atmosphere resembles a persecution scene; however it does not reveal the chaser neither the chased, only flashes of a desperate runaway. The characters wander and meet unusual situations, getaways, monsters and creatures.
The work is constantly showing us that something is about to happen, however, there is no effective conclusion to the narrative. Through this, the images metaphorically speak of our fears and apprehensions and of the fast displacement of people in the urban setting. It leaves the spectator in a tension that grows with each picture, without offering a clear denouement. The fragmented narrative leads our imagination to create connections which give meaning to these hiatus. Each spectator is led to imagine a story that covers the suspense scenes.